Deu no New York Times: mulheres superam homens no teste de QI!


por Tággidi Ribeiro

Bem, na verdade, não. O New York Times ignorou a notícia, sem dúvida histórica, de que as mulheres, pela primeira vez, tiveram nota mais alta que os homens no famosíssimo teste de QI (Quociente de Inteligência).

O teste de QI, como o conhecemos hoje (alvo de muitas críticas), é aplicado há mais ou menos cem anos e sempre foi usado como prova de que mulheres são menos inteligentes que homens. Durante um século homens superaram mulheres nesse teste, que mede basicamente a capacidade de raciocínio lógico de uma pessoa.

Inteligência masculina?
Mulheres, como se costuma ouvir por aí, têm maior inteligência emocional, sabendo lidar com, ensinar e cuidar de melhor forma que os homens, tidos como mais "racionais". Às mulheres caberia, portanto, segundo o senso comum e também uma parte da ciência, todo um entendimento "emotivo" do mundo.

Poderíamos, pela novidade do resultado do teste de QI, influir que a mulher é tão racional quanto o homem, ou talvez até mais que ele? Ou, ao menos, que possui habilidades lógico-cognitivas semelhantes ou mesmo superiores às de seus pares XY?

Podemos responder afirmativamente a essas questões, se sabemos que mulheres só começaram a ser aceitas em universidades há pouco mais de cem anos e que, durante quase toda a história da humanidade letrada, mulheres foram proibidas de chegar perto do conhecimento tido como masculino, ou seja, tudo que não tem relação com a limpeza da casa, a criação primeira dos filhos (alimentação e alfabetização) e a manutenção da beleza.

Contudo, nosso mundo não está preparado para tanta novidade. Em vez de admitir que mulheres, ainda que tenham menos neurônios que homens, pensam tanto quanto eles se expostas ao conhecimento, à educação, nosso mundo preferiu achar outras respostas, como 'a complexa vida da mulher moderna'.

Daí eu pergunto: quem parece lógico e racional nessa história? E respondo: não este nosso tempo - e suas conclusões.

Na verdade, praticamente tudo o que foi dito acima pode ser desconsiderado. A discussão sobre quem é mais inteligente é, no fundo, pouco inteligente. É necessário lembrar, sempre, claro, que mulheres foram PROIBIDAS de estudar durante milênios. Mas é necessário, sobretudo, denunciar o silenciamento do gênio feminino na história. Temos a impressão de que somente os homens pensaram e construíram este mundo quando, na verdade, existe um processo deliberado de anulação da figura feminina como agente transformador. Ou vai dizer que você sabia que a equipe de cientistas que anunciou recentemente a descoberta do Bóson de Higgs foi liderada por uma mulher?

Eu não sou uma mulher diferente

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