Os judeus ultraortodoxos e o apartheid de gênero


por Tággidi Ribeiro

A notícia não é tão nova, mas não ganhou muito destaque da mídia, então achei bom falar sobre ela aqui. Infelizmente, fanatismo religioso é quase que correlato de violência e discriminação contra a mulher e é isso que se pode ver também em Israel.

No fim do ano passado, uma menina de oito anos virou símbolo da segregação que homens judeus ultraortodoxos impõem às mulheres em seu próprio país. De família ortodoxa, Naama Margolis era uma das meninas constantemente hostilizadas quando ia para a escola, por usar roupas consideradas imorais. A menina era chamada de prostituta, recebia cusparadas e às vezes lhe jogavam pedras.

Naama, de 8 anos, 'prostituta vestida com roupas imorais'
Quando finalmente a história de Naama veio à tona, é que o ocidente ficou sabendo como as mulheres são tratadas nos bairros povoados pelos ultraortodoxos. É um verdadeiro apartheid de gênero: homens e mulheres andam em lados opostos da rua; nos ônibus as mulheres devem se sentar atrás dos homens; nos hospitais e nos bancos há filas para um e outro gênero.

Por causa dos protestos de judeus moderados contra a segregação e a hostilização de mulheres, o governo israelita decidiu retirar as placas que indicavam a homens e mulheres em qual calçada andar. Os  ultraortodoxos reagiram atirando pedras e lixo contra os policiais em serviço.
 
Mesmo sem a resolução permanente do conflito, a resposta de Israel foi louvável. O primeiro-ministro declarou ser Israel um estado democrático, ocidental e liberal, onde a violência contra a mulher não seria tolerada. Gostaríamos de ouvir o mesmo de muitos governos pelo mundo.

Homens e mulheres protestam em Israel

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